Olá! Ainda não sei de quem é a iniciativa do 'Reticência Estudantil', mas creio que seja muito válida, pois ultimamente a política feita pelos atuantes do DCE é patética e sem foco. Não sei se acham que é brincadeira, mas se acham revolucionários por algumas manifestações que não levam a nada e fazem menos ainda.
Acho que o que deve mudar é a forma de ver a política em prol do estudante e a forma de agir para conquistar o melhor para a educação e para nossa universidade.
Em primeiro lugar, cumprimento a iniciativa. Toda a forma de manifestação é válida e bem-vinda, desde que saiba respeitar as outras formas de pensamento e ação.
É claro que nem sempre vocês tem respeitado as outras formas de pensamento e ação, mas vá lá, não sejamos tão exigentes assim.
Vamos ao ponto central da discussão. Partidos políticos e ME.
Vocês tem propostas claras, que são as seguintes:
- fim da relação dos partidos políticos com o movimento estudantil;
- fim da UNião Nacional dos Estudantes (UNE);
- fim de entidades paralelas a União Nacional dos Estudantes;
- lutas estudantis separadas nos cursos.
A este conjunto de propostas vcs chamam euforicamente de "n o v o m o v i m e n t o". Será q corresponde a verdade?
1. No período da ditadura militar a organização em partidos políticos era proibida. Exatamente como vcs propõem. Só que a sociedade lutou para que a livre organização partidária fosse reconquistada. E essa é uma conquista que se materializou na Constituição. O que vcs pregam agora é um retorno ao período ditatorial. Bastante "n o v o".
2. A UNE foi a primeira entidade proibida no mesmo período supracitado. Inclusive a sede da UNE foi o primeiro prédio destruído depois da instauração do golpe militar. Assim, a proposta de vcs já foi colocada em prática pelos militares de 64. Portanto, outra grande inovação.
3. O regime militar também proibiu, isso é óbvio, qualquer organização semelhante a UNE. Que dirá uma entidade paralela a UNE. Portanto, encaixa direitinho com a "proposta inovadora" de vcs.
4. Justamente pelas proibições anteriores, a Ditadura queria que os estudantes não se organizassem de maneira integrada, trocando experiências em cursos diferentes. Por isso, quanto mais isolados os estudantes estivessem, melhor era para o regime, que poderia manter a ordem mais facilmente. Desta maneira, a proposta de "luta por cursos" de vcs iria também receber os aplausos dos torturadores de verde...
A Ditadura acabou. Mas a estrutura de poder é a mesma. O povo continua sendo explorado, a riqueza continua na mão de poucos. Portanto, sem uma organização forte, em nível nacional, dos estudantes, que se alie às organizações dos trabalhadores, não se pode lutar contra isso. Os partidos políticos não são nossos inimigos. Um partido político é uma forma legítima de organização da sociedade, que pode inclusive ter estudantes dela participando. O movimento estudantil deve ser uma soma de toda essa riqueza de pensamentos - pessoas que participam ou não de partidos - em prol do interesse comum. Esse é o princípio da democracia. E disso não se deve abrir mão em nome de nenhum sectarismo que não respeita pensamentos e ações diferentes dos seus.
Um abraço amigos(as). Espero ter contribuído para o debate.
Comentário sobre o texto do Sr. 'UJS - Santa Maria'
Não responderemos as "críticas" levantadas pelo Sr. 'UJS - Santa Maria', visto que o texto além de estar mal escrito contém informações iverídicas como as de que temos propostas claras que se assemelham às medidas tomadas pelo governo militar no Brasil. Dizemos mal escrito porque se utiliza de um discurso falacioso. Em uma palavra, está aquém de receber uma resposta em nível de debate. Pensamos que a pseudo-crítica (dizemos pseudo porque as premissas de que parte não constituem o material por nós divulgado) do Sr. 'UJS - Santa Maria' não se faz a partir de um mal entendido, mas de uma má intenção. Má intenção de cunho eleitoreiro que esconde as críticas por nós feitas, não busca descontruir, mas dissimular a crítica através da mentira. O Sr. 'UJS - Santa Maria' é um mentiroso, está à margem do debate por nós proposto! Se coloca num pedestal onde busca imunidade, quer espalhar como absolutas suas idéias, não aceita o debate, ou se por algum momento o faz, não respeita as idéias alheias e subestima seus oponentes fazendo analogias falsas com um momento histórico que desejamos jamais se repita em parte alguma. Desafio o Sr. 'UJS - Santa Maria', bem como qualquer leitor desta mensagem, a encontrar em nosso material qualquer proposta que vá além desta, "um debate construtivo amplo dentro do ambiente acadêmico, sem oponentes polarizando discussões apenas para satisfazer o próprio ego" *, bem como traços de centralismo ou qualquer associação com a ditadura militar. Se possível faça isso, só não perca a sensatez de novo.
* trecho extraído de texto postado no blog www.reticenciaestudantil.blogspot.com
Saudações revolucionarias aos companheiros da UJS-Santa Maria
Gostaria de começar expressando a minha felicidade pelos debates ate agora sucitados (digo debates porque as colocações mesquinhas e mentirosas eu menosprezo!). saliento a importancia da critica e da auto-critica, esta nao devia ser esporadica, mas uma condição necessaria e permanente da luta. sinto-me bem quando vejo que estamos depatendo Marx, Bakunin... pos-modernidade, etc. assim talvez nao tenhamos concepções mecanicas, dogmaticas e uma falsa dialetica a cerca do marxismo e da realidade como vejo muitos que se dizem de "esquerda" fazer.
Saliento a importancia da leitura de todas as correntes teoricas do pensamento. Ate agora nao entendi o que os companheiros da UJS querem dizer com pos-modernismo. de qual pos modernismo estao falando? ele é um bloco homogenio? sera que estao falando dos franceses Baudrillard, Lyotard ou então Jameson, Boaventura, Casttels... ha, ja sei!, desculpa, na verdade o que importa nestas correntes é como concebem as formas tradicionais de ação, as meta-narrativas... A sim, posso concordar com voces então! mas vamos analisar as diferenças dentro de uma mesma corrente do pensamento! No liberalismo voce tem de um lado John Stuart Mill e o outro thomas Burke. o primeiro era adepto da democracia radical (liberal é claro!). voces lutam por democracia (liberal tambem! querem jogar dentro das regras do jogo feitas pelos burgueses!). No marxismo voce tem de um lado o Bernstein e do outro a Rosa de Luxemburgo. o primeiro deturpava o marxismo, quis revisar Marx em seu tempo historico, dialogava direto com as ideias Kantianas, fazia uma leitura erronea de Marx, Bernsteim queria que os partidos politicos operarios entrassem no jogo liberal, disputassem o sufragio universal... claro afinal é uma via importante, ha espaço para manobras...Rosa, argumentava que não, que os partidos operarios corriam o risco de cair na armadilha posta pela burguesia e esquecer o proletariado, a luta de classes,etc. e voces??? fizeram igualzinho o que havia proposto Bernsteim, sem tirar nem botar, virgula por virgula... o discurso: bom este continuou em certa medida Rosaluxembergues.
ai nos temos uma diferença significativa entre o que se pensa e o que se faz, entre a teoria e a pratica... bom isso me parece significativo nao é!? se eu ainda me lembro o coração mesmo do metodo dialetico é a imutabilidade, nao existe leis eternas, tudo esta em perpetua transformação, nao é a teoria que determina a realidade, mas é a realidade que determina a teoria... voces sabem ne?! ha tem a categoria da transformação que é a que difere a dialetica hegeliana da marxiana. "os filosofos ate agora se limitaram a interpretar a realidade o que interessa é transforma-la". Interessante não!?
Em algum texto, voces levantaram a questao sindical: socialistas X anarquistas. se eu entendi, os anarquistas foram responsaveis pela divisão da esquerda, pelo raxa,declinio e quase extinção dos sindicatos. me parece uma leitura extremamente reducionista. e onde fica as leis sindicais criadas pelo governo de Vargas que atrelou os sindicatos ao governo e criou uma burocracia "PELEGA" que deu as costas a classe trabalhadora??? .... "Hasta la victoria siempre!" Rogério Corrêa - Ciencias Sociais
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5 comentários:
Olá!
Ainda não sei de quem é a iniciativa do 'Reticência Estudantil', mas creio que seja muito válida, pois ultimamente a política feita pelos atuantes do DCE é patética e sem foco.
Não sei se acham que é brincadeira, mas se acham revolucionários por algumas manifestações que não levam a nada e fazem menos ainda.
Acho que o que deve mudar é a forma de ver a política em prol do estudante e a forma de agir para conquistar o melhor para a educação e para nossa universidade.
Feitooo
Abração.
Amigos(as) da "Reticência"
Em primeiro lugar, cumprimento a iniciativa. Toda a forma de manifestação é válida e bem-vinda, desde que saiba respeitar as outras formas de pensamento e ação.
É claro que nem sempre vocês tem respeitado as outras formas de pensamento e ação, mas vá lá, não sejamos tão exigentes assim.
Vamos ao ponto central da discussão. Partidos políticos e ME.
Vocês tem propostas claras, que são as seguintes:
- fim da relação dos partidos políticos com o movimento estudantil;
- fim da UNião Nacional dos Estudantes (UNE);
- fim de entidades paralelas a União Nacional dos Estudantes;
- lutas estudantis separadas nos cursos.
A este conjunto de propostas vcs chamam euforicamente de "n o v o m o v i m e n t o". Será q corresponde a verdade?
1. No período da ditadura militar a organização em partidos políticos era proibida. Exatamente como vcs propõem. Só que a sociedade lutou para que a livre organização partidária fosse reconquistada. E essa é uma conquista que se materializou na Constituição. O que vcs pregam agora é um retorno ao período ditatorial. Bastante "n o v o".
2. A UNE foi a primeira entidade proibida no mesmo período supracitado. Inclusive a sede da UNE foi o primeiro prédio destruído depois da instauração do golpe militar. Assim, a proposta de vcs já foi colocada em prática pelos militares de 64. Portanto, outra grande inovação.
3. O regime militar também proibiu, isso é óbvio, qualquer organização semelhante a UNE. Que dirá uma entidade paralela a UNE. Portanto, encaixa direitinho com a "proposta inovadora" de vcs.
4. Justamente pelas proibições anteriores, a Ditadura queria que os estudantes não se organizassem de maneira integrada, trocando experiências em cursos diferentes. Por isso, quanto mais isolados os estudantes estivessem, melhor era para o regime, que poderia manter a ordem mais facilmente. Desta maneira, a proposta de "luta por cursos" de vcs iria também receber os aplausos dos torturadores de verde...
A Ditadura acabou. Mas a estrutura de poder é a mesma. O povo continua sendo explorado, a riqueza continua na mão de poucos. Portanto, sem uma organização forte, em nível nacional, dos estudantes, que se alie às organizações dos trabalhadores, não se pode lutar contra isso. Os partidos políticos não são nossos inimigos. Um partido político é uma forma legítima de organização da sociedade, que pode inclusive ter estudantes dela participando. O movimento estudantil deve ser uma soma de toda essa riqueza de pensamentos - pessoas que participam ou não de partidos - em prol do interesse comum. Esse é o princípio da democracia. E disso não se deve abrir mão em nome de nenhum sectarismo que não respeita pensamentos e ações diferentes dos seus.
Um abraço amigos(as). Espero ter contribuído para o debate.
Comentário sobre o texto do Sr. 'UJS - Santa Maria'
Não responderemos as "críticas" levantadas pelo Sr. 'UJS - Santa Maria', visto que o texto além de estar mal escrito contém informações iverídicas como as de que temos propostas claras que se assemelham às medidas tomadas pelo governo militar no Brasil. Dizemos mal escrito porque se utiliza de um discurso falacioso. Em uma palavra, está aquém de receber uma resposta em nível de debate. Pensamos que a pseudo-crítica (dizemos pseudo porque as premissas de que parte não constituem o material por nós divulgado) do Sr. 'UJS - Santa Maria' não se faz a partir de um mal entendido, mas de uma má intenção. Má intenção de cunho eleitoreiro que esconde as críticas por nós feitas, não busca descontruir, mas dissimular a crítica através da mentira. O Sr. 'UJS - Santa Maria' é um mentiroso, está à margem do debate por nós proposto! Se coloca num pedestal onde busca imunidade, quer espalhar como absolutas suas idéias, não aceita o debate, ou se por algum momento o faz, não respeita as idéias alheias e subestima seus oponentes fazendo analogias falsas com um momento histórico que desejamos jamais se repita em parte alguma. Desafio o Sr. 'UJS - Santa Maria', bem como qualquer leitor desta mensagem, a encontrar em nosso material qualquer proposta que vá além desta, "um debate construtivo amplo dentro do ambiente acadêmico, sem oponentes polarizando discussões apenas para satisfazer o próprio ego" *, bem como traços de centralismo ou qualquer associação com a ditadura militar. Se possível faça isso, só não perca a sensatez de novo.
* trecho extraído de texto postado no blog www.reticenciaestudantil.blogspot.com
Saudações revolucionarias aos companheiros da UJS-Santa Maria
Gostaria de começar expressando a minha felicidade pelos debates ate agora sucitados (digo debates porque as colocações mesquinhas e mentirosas eu menosprezo!). saliento a importancia da critica e da auto-critica, esta nao devia ser esporadica, mas uma condição necessaria e permanente da luta. sinto-me bem quando vejo que estamos depatendo Marx, Bakunin... pos-modernidade, etc. assim talvez nao tenhamos concepções mecanicas, dogmaticas e uma falsa dialetica a cerca do marxismo e da realidade como vejo muitos que se dizem de "esquerda" fazer.
Saliento a importancia da leitura de todas as correntes teoricas do pensamento. Ate agora nao entendi o que os companheiros da UJS querem dizer com pos-modernismo. de qual pos modernismo estao falando? ele é um bloco homogenio? sera que estao falando dos franceses Baudrillard, Lyotard ou então Jameson, Boaventura, Casttels...
ha, ja sei!, desculpa, na verdade o que importa nestas correntes é como concebem as formas tradicionais de ação, as meta-narrativas... A sim, posso concordar com voces então! mas vamos analisar as diferenças dentro de uma mesma corrente do pensamento!
No liberalismo voce tem de um lado John Stuart Mill e o outro thomas Burke. o primeiro era adepto da democracia radical (liberal é claro!). voces lutam por democracia (liberal tambem! querem jogar dentro das regras do jogo feitas pelos burgueses!).
No marxismo voce tem de um lado o Bernstein e do outro a Rosa de Luxemburgo. o primeiro deturpava o marxismo, quis revisar Marx em seu tempo historico, dialogava direto com as ideias Kantianas, fazia uma leitura erronea de Marx, Bernsteim queria que os partidos politicos operarios entrassem no jogo liberal, disputassem o sufragio universal... claro afinal é uma via importante, ha espaço para manobras...Rosa, argumentava que não, que os partidos operarios corriam o risco de cair na armadilha posta pela burguesia e esquecer o proletariado, a luta de classes,etc. e voces??? fizeram igualzinho o que havia proposto Bernsteim, sem tirar nem botar, virgula por virgula... o discurso: bom este continuou em certa medida Rosaluxembergues.
ai nos temos uma diferença significativa entre o que se pensa e o que se faz, entre a teoria e a pratica... bom isso me parece significativo nao é!?
se eu ainda me lembro o coração mesmo do metodo dialetico é a imutabilidade, nao existe leis eternas, tudo esta em perpetua transformação, nao é a teoria que determina a realidade, mas é a realidade que determina a teoria... voces sabem ne?! ha tem a categoria da transformação que é a que difere a dialetica hegeliana da marxiana. "os filosofos ate agora se limitaram a interpretar a realidade o que interessa é transforma-la". Interessante não!?
Em algum texto, voces levantaram a questao sindical: socialistas X anarquistas. se eu entendi, os anarquistas foram responsaveis pela divisão da esquerda, pelo raxa,declinio e quase extinção dos sindicatos. me parece uma leitura extremamente reducionista. e onde fica as leis sindicais criadas pelo governo de Vargas que atrelou os sindicatos ao governo e criou uma burocracia "PELEGA" que deu as costas a classe trabalhadora???
....
"Hasta la victoria siempre!"
Rogério Corrêa - Ciencias Sociais
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