quarta-feira, 2 de julho de 2008
DISPUTAS, DISCUSSÕES E PROPOSTAS
Grupos apresentam-se às eleições para o Diretório Central dos Estudantes neste ano. Dentre eles, velhos conhecidos “protagonistas” do Movimento Estudantil (M.E.), dissidentes descontentes dessa vanguarda e ainda a velha direita reacionária. Em meio a isso surge um outro grupo que não mais aceita esta forma do M.E., que assume uma postura crítica diante dela, ataca a democracia liberal sobre a qual está fundada nossa sociedade hoje, ou seja, não aceita um modelo que apenas elege dentre um número de pautas aquelas que são compatíveis com as lutas estudantis.
Quais as propostas desse grupo?
Em uma palavra, NENHUMA proposta que seja compatível com as nossas conhecidas de hoje. Vai para além disso, é mais ousado, audacioso: defende a participação dos estudantes na construção das propostas, pois eles vêem os problemas, eles devem apontar as demandas. O debate não deve esgotar antes do tempo, ou seja, as discussões proverão melhores idéias quando não se dá um “tom encaminhativo” à elas. O que queremos dizer? É exatamente isso, denunciamos as formas como são feitas as assembléias e plenárias, como são direcionadas e atendem não apenas aos interesses dos estudantes, mas também de outros grupos que orbitam o M.E. A questão não é sobre a legitimidade de algumas propostas apresentadas, mas sobre a forma como são construídas. A discussão não é quanto ao conteúdo, mas à forma. E atentem, defendemos uma DISCUSSÃO, não uma DISPUTA. Em resumo, enquanto grupos disputam as formas nós queremos discuti-las. A auto-crítica deve existir dentro do M.E. como essência, por isso não a tomamos como nossa proposta. Entretanto, somos vulgarmente acusados de não apresentarmos propostas – o que a nosso ver não se faz obrigatório, uma vez que nossa crítica é justamente essa –, de não nos sentirmos “protagonistas” das ações e de estarmos à margem do M.E. Replicamos que, enquanto diferentes grupos se apresentarem como possíveis protagonistas e não defenderem uma unidade do M.E. – e aqui incluímos todos, pois a crítica é ao modelo – não apresentaremos proposta que não seja a de um debate construtivo amplo dentro do ambiente acadêmico, sem oponentes polarizando discussões apenas para satisfazer o próprio ego. Se querem, então essa é nossa proposta.
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5 comentários:
Não existe debate sem disputa de idéias.
Por que existem idéias e concepções que são antagônicas mesmo. Tem gente dentro do movimento estudantil que acha legal plantar eucalipto em larga escala. Outros acham o oposto. Como é que não vai ter disputa?
A disputa é saudável, por que é dessa discussão que se avança. Isso não impede que a ação seja unitária.
O caso da ocupação da reitoria é um exemplo. Os grupos estavam lá, buscando pautas comuns. Mas havia disputa entre eles.
A UNE é um espaço de disputa de idéias e concepções. Mas procura centralizar a a ação. Em nível nacional.
Vocês estão se contradizendo mesmo. Uma hora pregam a descentralização. Outra hora ficam falando em unidade. Ora, não existe unidade descentralizada. Decidam o que vcs querem propôr!
Esse novo modelo que vcs propõem já existe e não funciona. É aplicado nos Encontros Nacionais de Casa do Estudante. Não existe centralidade (figura do presidente, e tal). É exatamente como o sonho de vcs. Não se fala em partido político. Todo mundo tem horror a partido nesses encontros. A utopia da Retcência sendo aplicada...
...o resultado disso é que não se consegue avançar em nenhuma PAUTA COMUM AVANÇADA que una as casas de estudante do Brasil! Por que cad um quer uma coisa, cada um tem uma especificidade, etc e tal. Aí, não se realiza nenhuma luta nacional das casas do estudante. E por conseguinte, o movimento não tem força de pressão. E por conseguinte, o movimento não existe. Não passa de um bando de indivíduos individualistas que se reúnem periodicamente - aí sim - para disputa de egos.
O que vcs propõem é a micropolítica, a política das pequenas coisas, das pequenas realidades, sem ter uma articulação nacional. Esse filme já está rodando e já se sabe como termina. É o filme da pós-modernidade, do fim das utopias, dos grandes projetos de sociedade. É o filme do fim da História, que pode muito bem ser dirigido pelo Fufuyama. É o filme do neoliberalismo. Do aumento da miséria. Do aumento do individualismo. Do fim das organizações coletivas, das consciências de classe.
Mas, justamente porque lutou-se por isso, vcs são livres para rodar esse roteiro. Boa sorte.
Que cara de pau!!!! Que moral tem a UJS, que nunca ou a muito tempo não tem nenhuma prática socialista em falar em centralidade na luta classe. Enquanto isso a sua grande ícone e líder Manuelita D'Avila recebe grandes verbas da ARACRUZ CELULOSE para sua campanha eleitoreira e despolitizadora...Isso sim é que é fazer o jogo da direita. Aqui em Santa Maria não é diferente, enquanto ficam atacando quem questiona a total inoperância de um movimento estudantil totalmente aparelhado, preparam-se para a campanha eleitoreira do senhor Pimenta, um dos principais defensores dos transgênicos,patrocinado pela MONSANTO. Que exemplo de UNIDADE, com as transnacionais é claro.
Muito bacana a proposta de vocês.
Mas eu fiquei na dúvida, é alguma das chapas do DCE? É um movimento ligado a qual instituição, partido, credo ou religião?
UMA PERGUNTA QUE NÃO CALA: COMO 600.000 FORAM PARAR NA COMPRA DO PRÉDIO DO PC DO B EM SP! EXPLICO: A EMPRESA Q FAZ AS CARTEIRINHAS DA UNE DOOU(?) ESTE VALOR PARA O EXMO.LEMBRANDO QUE A UNE É APARELHO DA DIREITA FANTASIADA DE ESQUERDA!!!!!!!!!!!!!!
Claudinha, não somos de chapa alguma. É justamente o contrário, estamos questionando problemas dentro dessa forma de organização. Tu podes encontrar nos textos publicados neste blog algumas idéias. É claro que também pode questionar, afinal esse é o objetivo.
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